A casa é quem escolhe suas vítimas?!

Era um inicio de tarde, para as garotas, uma tarde qualquer. É o que aparentava ser; as duas amigas caminhavam soberbamente, descontraídas em suas conversas. Este era o mesmo caminho que sempre pegavam para a volta da casa, por sempre andarem descontraídas, nunca sequer repararam em uma casa ao outro lado da rua, era chamativa, pelo fato de ser uma casa antiga. Parecia não ter ninguém por lá, ninguém á frequentar aquela casa. Estava mais para abandonada; e por algum motivo, as amigas acabaram notando. 
- Hey, que casa é aquela? Perguntou Helena á sua amiga. Então após ela olhar para a casa, respondeu Helena.
- Não sei, passamos aqui milhares de vezes e nunca notei essa casa! Afirmou e atravessou a rua junto Helena. 
Realmente, elas já haviam passado por ali muitas vezes e só agora as duas iriam notar aquela casa abandonada? Só podia ser alucinação, (ou na verdade, a casa era quem escolhia seus convidados). O jardim que havia em frente à casa, parecia não a pertencer, o jardim, por incrível que pareça, estava em outro estado... Um estado que não se encontrava a casa. Era bonito, e chamou a atenção de Helena. A mesma aproximou-se do jardim, em um ponto onde havia duas flores, duas rosas. Uma desbotada e a outra ainda a florescer. Helena, nem sequer estranhou e pegou a rosa intacta. 
- Não acha estranha? Uma flor intacta e a outra desbotada? Perguntou novamente á amiga. E ela, não ousou em respondê-la, só puxou o braço de Helena para que assim, saíssem dali. 
Nesse mesmo dia, já à noite, Helena se preparava para dormir, não era muito tarde, Helena tinha o costume de dormir cedo. Mas o rumo dessa noite era outra. A flor que Helena havia pegado nesse mesmo dia no jardim da casa abandonada, já tinha desbotado. 
- Rosas demoram mais tempo para desbotar, não é?! Ela mesma se questionou, uma rosa desbotar em menos de 24 horas? Não tinha como. Helena ficou a se questionar, pois a flor era linda, e não tinha como ter acontecido aquilo tão rápido. Ela queria outra flor, e isso veio quase que em um desejo. Súbito desejo te ter outra flor daquela. 
Ainda de pijama, Helena saiu da casa e caminharam exatamente três quarteirões até chegar a casa. E no mesmo lugar, Helena foi para pegar outra flor, no mesmo lugar onde havia pegado a primeira. A rosa desbotada ainda estava lá, e em cima dela havia um pequeno cartão. Helena o pegou, era uma carta escrita a mão, e era o que dizia na carta:
Helena, sou eu, Bianca. 
Não sei o que aconteceu, mas eu entrei nessa casa,
E por incrível que pareça, eu acho que é você mesma quem está
Lendo essa carta, e se ainda estiver lendo ela, acredite, eu ainda 
Estou lá dentro, a curiosidade bateu e simplesmente entrei. 
Lembram-se da flor desbotada? E da amiga de Helena, Bianca? Naquele mesmo dia, após as duas saírem daquela quadra. Bianca resolveu voltar, estranho, pra quem foi a primeira a querer ir embora... Então, ela havia voltado, e a flor desbotada ela tinha em mãos. Ela simplesmente tinha arrancado a flor e entre as pétalas daquela flor, ela tinha colocado sua pequena carta. Depois de colocar a flor em seu lugar, ela caminhou para dentro da casa. Só teve a dificuldade de passar pela porta emperrada.
Dentro do recinto não havia muito móveis e os que existiam eram, completamente, velhos e empoeirados. A casa estava completamente escura, as cortinas grossas e negras, impediam a entrada da luz no recinto. O primeiro cômodo que Bianca "visitou", foi à sala de estar, e o que chamou a atenção dela, foi à foto rasgada sobre o criado ao lado do sofá coberto de poeira. Na verdade, não continha nada no quadro. Bianca estranhou, e se questionou. 
- Por que diabos não têm uma foto neste quadro?! Ela observou, e percebeu que a foto que tinha ali, havia sido rasgada. Percebeu ao ver que ainda tinha uma pequena parte da foto no quadro, quem quer que seja, havia arrancado aquela foto as pressas. 
Bianca agora tinha que enfrentar não só seus medos, como seu psicológico, a maior de todas as barreiras e todos sabem; ela continuou a adentrar a casa, passou pela cozinha e no final, só tinha a lavanderia, ainda tinha mais lugares para averiguar, eram dois andares, a parte de cima eram os dormitórios. Tinham três quartos, o primeiro, que era o mais perto da escada, estava vazio e sua janela fechada. O segundo tinham apenas panos jogados ao chão sujo, eram panos brancos. O terceiro era o que tinha os móveis de um "verdadeiro quarto". Bianca, já tinha enfrentado o pior de todos os seus medos, o escuro, qual o ser que não tem medo do escuro? Nunca se sabe o que pode vir dele. A única iluminação que Bianca tinha era a que vinha do seu celular, que pelo sinal, já estava acabando a bateria. A cama, ao centro do quarto lhe chamou a atenção, pois parecia ter algo em cima da mesma. Estava coberta por um pano escuro e grosso, Bianca não queria mais delongas e rapidamente puxou o pano para o pé da cama. Espantou-se, e o seu grito ecoou toda a casa. Seus olhos repugnavam olhar para aquilo que estava em cima da cama, tanto, que ela havia sucumbido ao chão. O olho arregalado fitava apenas um lugar, o medo já tinha vencido sua coragem, não conseguia dizer sequer uma palavra, foi quando o celular descarregou, escureceu o recinto todo. Isso foi, quando ela meteu suas mãos aos bolsos da blusa e sacou uma câmera fotográfica. Não tardou em ligá-la e rapidamente bater uma foto, o flash iluminou, por poucos minutos, e Bianca não conseguiu ver nada além de um clarão branco. Assim que foi ver o que tinha no quarto, com a fotografia em sua câmera, viu que um rosto, um rosto pálido e bem próximo ao seu, arrepiou-se e calmamente respirou até sentir algo encostar-se a suas pernas. Foi quando Bianca gritou e Helena que estava do lado de fora a ouviu, Helena, tinha ficado ali parada por um longo tempo, esperava sua amiga sair da casa. Helena a escutou gritar mais algumas vezes, até que não pôde se escutar mais nada. Helena não se atreveu a entrar na casa, e ficou caída ao chão, chorando, esperando alguém para ajudá-la. 
Na manhã seguinte, policiais vasculharam toda a casa e achou o corpo de Bianca no terceiro quarto da casa, ao lado dela estava à câmera fotográfica ainda ligada, e com a foto do "possível fantasma". 
E o que havia em cima da cama? Havia metade de um corpo, do tronco para cima, a cara estava completamente deformada, impossível de ser reconhecido, o cheiro era horrível, e não parecia estar ali por pouco tempo. Na verdade, ninguém sabe quanto tempo aquele corpo prevaleceu ali, naquele quarto...

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